A criatividade humana nunca foi algo que pôde ser limitado, mesmo quando falamos de idiomas. Quem nunca pensou em criar um código ou uma língua (falada ou sinalizada) secreta com seus melhores amigos, irmãos, aqueles em que mais confiamos quando crianças? Mas as crianças não são e nunca foram as únicas a pensar nisso e, falando a verdade, essa atividade não é nada recente.
A primeira língua construída que se tem registro data do século 12, chamada Língua Ignota (latim para “desconhecida”), criada pela abadessa beneditina Hildegard von Bingen, que possui influências do latim e do alemão e também foi construída para soar melódica aos ouvidos. Ela também criou um alfabeto próprio para sua língua com 23 letras possivelmente influenciadas pelos alfabetos grego e latino (que é o que usamos em português). Porém, a abadessa nunca deixou registros explicando o motivo de criar um idioma.
Depois dela, cada vez mais pessoas foram aderindo à prática de criar seus próprios idiomas. Hoje, eles são conhecidos como conlangs (do inglês constructed language – língua construída) e carregam os mais variados objetivos, podendo ser encontrados entre amigos, famílias, grupos sociais, e, principalmente nos dias atuais, na mídia de arte e entretenimento em filmes, séries, livros e jogos.
Mas antes de mais nada, vamos definir o que é uma língua construída e qual sua diferença para as outras que conhecemos e falamos.
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