Análises

Simbolismos na Literatura e Cinema #6 – Ikaris (Eternos)

O mais novo filme da Marvel, Eternos (2021), sob direção da premiada Chloé Zhao, realmente dividiu opiniões: ou amaram, ou odiaram, ou não acharam grande coisa. Eu estou no time dos que amaram kkk e creio que nas próximas postagens, verão bem o porquê.

O longa faz parte da fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel que, num geral (assim como o filme), também dividiu bastante opiniões, tanto por escolhas de roteiro ou de elenco problemáticos (com razão), ou por estranheza a novas propostas de formatos de filme.

Bom, sem mais delongas, nesse e nos próximos posts analisaremos os simbolismos de cada um dos Eternos, começando por Ikaris.

OBSERVAÇÃO: A análise será apenas com o personagem do filme, não dos quadrinhos. E, certamente, spoilers adiante.

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Resenhas

[RESENHA] Fundação – Isaac Asimov

O que é mais importante: os problemas a curto ou a longo prazo? Se soubermos que daqui a alguns séculos toda a nossa sociedade ruirá, deveríamos tomar medidas hoje ou simplesmente dar de ombros já que nem estaremos vivos para ver isso? Essas são apenas algumas das reflexões trazidas no livro Fundação de Isaac Asimov, publicado em 1942.

No romance, vislumbramos todo o esplendor e poderio do Império Galáctico (estabelecido milênios no nosso futuro, quando a humanidade já se espalhou por milhões de novos planetas), cuja capital é o planeta de Trantor. Contudo, logo de início nos deparamos com o cientista e psicólogo Hari Seldon, que desenvolveu uma maneira de prever matematicamente os comportamentos em massa dos seres humanos e chegou à seguinte descoberta: o Império cairá em 300 anos e, se não fizerem nada, a humanidade entrará em um período de regresso de 30 mil anos; se fizerem, poderiam reduzir esse período em apenas mil anos. É assim que a Fundação (um projeto científico que busca reunir todo o conhecimento da humanidade em um grande compêndio, entitulado Enciclopédia Galáctica) é iniciada.

A cada parte do livro avançamos décadas e mais décadas no futuro, podendo assim ver com nossos próprios olhos como a Fundação se desenvolve, quais os rumos sendo tomados pelos humanos e o Império minguando cada vez mais.

Inspirado na História da queda do Império Romano, Asimov explorou como eventos aparentemente pequenos podem ter um impacto enorme em larga escala, pavimento cada centímetro seguinte no caminho que leva ao fim de uma era. Com sua narrativa, é possível reconhecer cada crise e cada passagem de poder de um grupo social ao próximo, etapa por etapa. Foi desse modo que Isaac Asimov acabou lançando um livro que revolucionou toda a ficção científica posterior, com temas e cenários que são explorados ainda hoje, quase 80 anos após sua publicação, como o conceito da space opera – uma história de como a humanidade atingiu a viagem interestelar e o uso de impérios galácticos.

O livro é bem curto, o que não diminui sua profundidade, e mesmo sem conhecermos esse novo império, podemos entender cada termo diferente sem que isso interfira na compreensão da narrativa. Contudo, alguns anacronismos ainda escapam aqui e ali (como o uso de gírias e ditados que certamente eram usados nos anos 1940) e certos problemas da época em que foi escrito transparecem na obra, como a existência de uma única personagem feminina em todas as 288 páginas, sendo ela quase parte do papel de parede do local de tão insignificante. Porém, com exceção disso, o livro não comete nenhuma problemática que chegue a questionar seu valor ou dar qualquer sensação ruim ao ler.

Ler Fundação é como ler a História: o passado, o presente, o futuro, tanto da humanidade quanto de um gênero literário como um todo.

Análises

Simbolismos na Literatura e Cinema #5 – Jurassic Park vs. Jurassic World e a diferença entre “uma história de…” e “uma história com…”

"CUSHING: Ogilvie é antiquado. Ele provavelmente despreza histórias de fantasmas.
EDITH: Não é uma história de fantasmas.
CUSHING: Mas se tem um fantasma...
EDITH: Pai. É um... conduto... (fora do olhar do pai dela) ... um pretexto para falar de espiritualidade. O fantasma age como uma metáfora..." — trecho do roteiro de A Colina Escarlate (2015), pp.5-6, tradução livre

Muitas vezes, quando vamos pesquisar mais sobre uma história como As Crônicas de Gelo e Fogo (e sua adaptação, Game of Thrones), vemos pessoas, inclusive fãs, a definirem como: “uma história sobre dragões e zumbis de gelo” ou ainda “é O Senhor dos Anéis com zumbis e dragões”. Quando pedimos para que definam Jurassic Park (a primeira franquia mesmo), escutamos que é “uma história sobre dinossauros”. Como Treinar o Seu Dragão é “um filminho de dragão”, WandaVision é uma série de super-heróis, e assim por diante.

Contudo, como a personagem Edith bem diz em A Colina Escarlate: essa não é uma história de fantasmas, e sim com fantasmas. E qual a diferença?

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Análises

Simbolismos na Literatura e Cinema #4 – Velho Enrugado (ou os Três Odin’s em HTTYD – parte 3)

Finalmente chegamos na parte 3 da análise dos personagens de Como Treinar o Seu Dragão (livros, filmes, séries e HQ’s) que possuem simbolismos de Odin. E, para fechar com chave de ouro, o personagem dessa vez foi menosprezado pelos filmes, mas ainda assim é um dos mais interessantes da saga literária e nada menos importante.

Digam olá para o Velho Enrugado.

ATENÇÃO: Spoilers adiante.

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